Cana, carvão, alho… as atividades rurais com mais resgates por trabalho escravo em 2022

Ministério do Trabalho e Emprego encontrou 2.575 pessoas em trabalho análogo à escravidão em todo o Brasil, sendo 87% na zona rural. Imagens de onde eram mantidos trabalhadores resgatados em Bento Gonçalves (RS).
Polícia Rodoviária Federal/Divulgação
Mais de 200 trabalhadores foram resgatados de trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva, no município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, na semana passada.
Eles foram contratados por uma empresa que oferecia a mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton e produtores rurais da região (entenda o caso).
Em 2022, 2.575 pessoas foram resgatadas dessa condição, sendo que 87% estavam situadas na zona rural, segundo relatório divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A cana-de-açúcar lidera essa lista.
As atividades ligadas à agropecuária onde mais se registrou trabalho escravo foram:
Cana-de-açúcar (362)
Atividades de apoio à agricultura (273)
Produção de carvão vegetal (212)
Cultivo de alho (171)
Cultivo de café (168)
Cultivo de maçã (126)
Criação de bovinos (110)
Cultivo de soja (108)
Crianças e adolescentes
Ainda no ano passado, foram resgatadas 35 crianças e adolescentes submetidas a trabalho análogo à escravidão. Desse total, 10 eram menores de 16 anos e 25 tinham entre 16 e 18 anos no momento do resgate.
O cultivo de café foi a atividade em que mais crianças e adolescentes foram resgatadas –24% das vítimas.
Mas também havia crianças sendo exploradas em atividades esportivas, produção florestal, atividades de apoio à agricultura, cultivo de arroz, cultivo de coco-da-baía, criação de bovinos, fabricação de produtos de madeira, produção de carvão vegetal, cultivo de soja e confecção de roupas.
Leia mais:
Trabalhadores resgatados em situação de escravidão no RS: o que se sabe e o que falta saber
Choques, spray de pimenta e espancamentos: veja relatos de trabalhadores resgatados que faziam a colheita em vinícolas no RS
‘Certamente não se trata de caso isolado’, disse ministro dos Direitos Humanos