Ibovespa inverte sinal e sobe nesta terça-feira, de volta aos 100 mil pontos

Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro subiu 0,85%, aos 99.670 pontos. Sede da B3
Amanda Perobelli/Reuters
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em alta nesta terça-feira (28), repercutindo alívio no setor bancário e a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Às 10h45, o índice subia 0,99%, aos 100.648 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera, o índice teve alta de 0,85%, aos 99.670 pontos. Com o resultado, o Ibovespa passou a acumular perdas de 5,01% no mês e de 9,17% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
Na agenda interna, há dois destaques: a possível divulgação do novo arcabouço fiscal brasileiro, agora que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China foi adiada, e a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa básica de juros do país em 13,75% ao ano.
A ata do Copom saiu por volta das 8h. O comitê diz que um “arcabouço” fiscal “sólido e crível” pode levar a um processo de queda da inflação “mais benigno” ao reduzir as expectativas de alta dos preços, de incerteza na economia e dos prêmios de risco de ativos (entre eles, a taxa de juros e o câmbio).
“O Copom enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, uma vez que a primeira segue condicional à reação das expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos”, acrescentou o BC.
Entenda os recados do Banco Central sobre o futuro da Selic
A área econômica do governo já finalizou o chamado “arcabouço fiscal”, que são novas regras para as contas públicas em substituição ao atual teto de gastos como parâmetro para o controle dos gastos — uma “âncora fiscal”, no jargão da economia. O governo já informou que vai enviar a proposta ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril.
A ideia é de se criar um mecanismo que permita ao governo fazer investimentos e despesas orçamentárias em saúde e educação, por exemplo, os chamados gastos sociais, sem gerar descontrole nas contas públicas.
Apesar de ainda não haver informações sobre qual será o desenho da nova regra fiscal, especialistas consultados pelo g1 são unânimes em dizer que o novo arcabouço é necessário para que o governo consiga melhorar ao longo do tempo o resultado das suas contas públicas e também para estabilizar o endividamento público.
No exterior, o mercado ainda dá alguma atenção à questão bancária. A oferta do First Citizens BancShares Inc de comprar o Silicon Valley (SVB) trouxe alguma calmaria ao setor e afastou suspeitas de que o Federal Reserve tenha problemas para contornar a crise de crédito nos EUA.
“A possibilidade de continuidade do ciclo de aperto monetário nas economias desenvolvidas voltou a depender, no curto prazo, dos indicadores econômicos e do rumo da inflação, ainda que o problema bancário seja algo totalmente presente no bloco europeu”, diz relatório da Infinity Asset.
Initial plugin text