Bancos centrais de Brasil e China firmam acordo para conversão direta das moedas dos dois países em operações comerciais

Assim, não será necessária a intermediação do dólar. O BC não informou, até o momento, quando o novo arranjo de pagamentos estará disponível para as empresas. O Banco Central brasileiro informou nesta quarta-feira (29) que assinou um memorando de entendimentos com Banco Central da China (PBC) para viabilizar um instrumento financeiro que permita que as transações sejam feitas em yuan, moeda chinesa, e convertidas em reais de “forma mais rápida e menos custosa”.
Com isso, não será necessário intermediar as operações comerciais entre os dois países com a moeda norte-americana, o dólar. O BC não informou, até o momento, quando o novo arranjo de pagamentos estará disponível para as empresas.
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2022, segundo dados oficiais, a corrente de comércio (exportações e importações juntas) atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.
De acordo com o BC, o acordo prevê que o PBC (BC chinês) indique, de forma discricionária (por sua escolha) uma instituição autorizada a operar em câmbio no Brasil para atuar como uma “offshore clearing bank no Brasil”.
“Essa é uma iniciativa chinesa já presente em mais de 25 países, a primeira iniciada em Hong Kong em 2003”, informou a instituição.
O BC informou, ainda, que a implantação do arranjo no país tem o potencial de trazer os seguintes benefícios para os modelos de negócio que envolvem a utilização do yuan no Brasil:
aumento da liquidez local de yuan;
manutenção de reservas cambiais em moeda forte no país;
redução de intermediários nos pagamentos internacionais;
aproximação do sistema de pagamentos local ao chinês, com aumento da eficiência operacional em termos de redução de custo e tempo.
Segundo o BC brasileiro, as operações, dentro desse novo modelo, estão asseguradas a subordinação à nova lei cambial, às regulações infralegais pertinentes, às normas jurídicas referentes à autorização, à regulação, à supervisão e aos sancionamentos de eventuais modelos de negócio a serem desenvolvidos ou incrementados após a celebração do memorando de entendimentos.
Entenda como a China se consolidou como o principal parceiro comercial do Brasil