No G20, Haddad fala em tributar a riqueza e aumentar gastos para combater desigualdade

Ministro da Fazenda participou de evento de abertura na Trilha Financeira do G20 no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Também defendeu impulso para a transição energética global. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (14) que os países em desenvolvimento buscam uma “agenda ambiciosa” para as contas públicas, incluindo a tributação da riqueza para “que os mais ricos do mundo paguem a sua justa contribuição em impostos”.
“Vindo de um processo de reforma tributária no Brasil, tenho uma convicção particularmente forte sobre a necessidade de reforçar a cooperação global nesta área”, declarou o ministro, durante o evento de abertura na Trilha Financeira do G20, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Ele também afirmou que os países precisam aumentar o “espaço fiscal” (gastos) para apoiar investimentos públicos no sentido de combater as desigualdades e impulsionar uma transição energética global justa.
“Queremos melhorar a eficiência dos fluxos financeiros para os países que mais necessitam de recursos, para proteger ativos ambientais estratégicos e cumprir as suas metas de descarbonização de forma justa e equitativa”, acrescentou o ministrod.
Para levar esse objetivo adiante, segundo Haddad, é preciso rever o funcionamento dos principais fundos climáticos existentes e continuar as discussões sobre o ambiente regulamentar que permitirá fluxos maciços de recursos para o chamado “sul global”.
O ministro disse, ainda, que vários países já possuem dívidas grandes demais e que, deste modo, é importante avançar na construção de um sistema global de resolução de dívida com velocidade e agilidade.
“Os nossos bancos multilaterais e organizações internacionais não estão bem equipados para enfrentar os desafios que temos pela frente”, disse.