Dólar opera em queda na ‘Super Quarta’, de definição de juros no Brasil e EUA

Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,18%, cotada a R$ 5,0462. Dólar
Pixabay
O dólar opera em queda nesta quarta-feira (3), dia de decisões sobre as taxas básicas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
As expectativas são de que o Banco Central do Brasil (BC) mantenha a taxa Selic em 13,75%, enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve elevar seus juros em 0,25 ponto percentual, ao maior patamar desde 2007.
Às 11h43, a moeda americana recuava 0,73%, cotada a R$ 5,0093. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou com alta de 1,18%, cotada a R$ 5,0462. Com o resultado, a moeda passou a acumular:
Alta de 1,18% na semana e no mês;
Baixa de 4,39% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Apesar de toda a expectativa para a “Super Quarta”, investidores estão menos apreensivos com os resultados de juros do que com as mensagens que serão enviadas pelas autoridades monetárias nesta quarta-feira.
No Brasil, agentes avaliam que os dados de atividade econômica e os núcleos de inflação medidos pelo IPCA-15, divulgado na semana passada, podem afastar um tom mais sereno do Banco Central e tirar um pouco da clareza das intenções do Comitê de Política Monetária (Copom) para a próxima reunião.
“Além disso, a questão fiscal vigente ainda não tem definição e portanto, não abre espaço para que haja alívio nos vértices das curvas de juros de forma a permitir a retomada do afrouxamento monetário antes do segundo semestre deste ano, sendo possíveis cortes a partir de agosto”, diz a análise da Infinity Asset.
Para a casa de análise, inclusive, os cortes no segundo semestre só poderão seguir a depender dos rumos do arcabouço fiscal e se seu foco continuará na busca por receitas e não, na redução de despesas.
Nos Estados Unidos, a decisão de hoje do Federal Reserve também é amplamente esperada e as atenções estarão no tom da coletiva do presidente da entidade, Jerome Powell.
Ainda que a inflação americana tenha desacelerado lentamente nas últimas medições, o mercado de trabalho apresenta bastante força. O Fed teme que, assim, as pressões salariais adicionem mais um componente inflacionário à economia americana.
Assim, serão vigiados os resultados da geração de empregos pelo setor privado (ADP Employment) nesta quarta e do relatório de emprego norte-americano (também conhecido como payroll) na sexta-feira.
O ADP já surpreendeu: foram abertas no setor privado 296 mil vagas no mês passado, mostrou o relatório. Economistas consultados pela Reuters previam que 148 mil vagas seriam criadas.
Além disso, os dados de março foram revisados para baixo para mostrar 142 mil postos em vez de 145 mil conforme relatado anteriormente.
Em relatório desta manhã, porém, a XP Investimentos alertava para a desaceleração do mercado de trabalho em meio à alta de juros.
“O número de vagas disponíveis nos EUA caiu para o nível mais baixo em quase dois anos em março, com o mercado de trabalho na maior economia do mundo mostrando sinais de arrefecimento em resposta ao aumento das taxas de juros”, diz o texto.
“Esfriar o mercado de trabalho em alta nos EUA tem sido um pilar fundamental da recente campanha agressiva de aumento de juros do Fed, com algumas autoridades argumentando que um abrandamento nessa parte da economia pode auxiliar a reduzir a inflação elevada.”
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