Dólar e Ibovespa operam com volatilidade, refletindo prévia do PIB do Brasil e cenário de juros no exterior

No dia anterior, o principal índice da bolsa de valores subiu 0,59%, aos 131.851 pontos, novo recorde histórico. Já a moeda norte-americana caiu 0,81%, cotada a R$ 4,8648. Dólar opera em alta
Karolina Grabowska
O dólar opera com volatilidade nesta quarta-feira (20), oscilando entre altas e baixas, depois do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil, considerado a “prévia” do PIB oficial, mostrar que a economia do país teve uma contração de 0,06% em outubro deste ano.
Ainda no cenário doméstico, o mercado continua repercutindo a elevação da nota de crédito do país de BB- para BB pela S&P Global Ratings. Além disso, a promulgação da reforma tributária também fica no radar.
Já no exterior, hoje é um dia queda no rendimento dos títulos públicos europeus e americanos, após dados de inflação melhores que o esperado aumentarem o apetite de investidores por ativos de risco.
Refletindo os mesmos cenários, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera com volatilidade.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Entenda o que faz o dólar subir ou descer
Dólar
Às 11h50, o dólar subia 0,29%, cotado a R$ 4,8789. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,81%, vendida a R$4,8648. Com o resultado, passou a acumular quedas de:
1,46% na semana;
1,03% no mês;
7,83% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,11%, aos 131.702 pontos.
Na véspera, o índice fechou com alta de 0,59%, aos 131.851 pontos, renovando seu recorde histórico pelo segundo pregão consecutivo. Com o resultado, passou a acumular ganhos de:
1,27% na semana;
3,55% no mês;
20,15% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
A prévia do PIB do Banco Central mostrou uma leve retração da economia em outubro, mas veio melhor do que as expectativas do mercado. Enquanto o resultado foi de queda de 0,06%, as projeções eram de uma baixa mais acentuada, de 0,30%, segundo o BTG Pactual.
Esse é o terceiro mês consecutivo de contração do IBC-Br, o que levou o trimestre móvel de agosto a outubro registrar uma retração de 0,42% da economia.
Em contrapartida, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o indicador subiu 1,54%. No ano, a prévia do PIB acumula alta de 2,36% e, em 12 meses, de 2,19%.
Também segue sendo destaque no mercado interno a notícia da elevação da nota de crédito do Brasil pela S&P Global Ratings de BB- para BB.
Essa classificação ainda indica uma posição de “grau especulativo”, que significa que o país ainda enfrenta incertezas em relação a condições financeiras, mas a subida de nota agora coloca o Brasil a dois degraus do “grau de investimento”.
A elevação da nota de crédito do país reflete a solidez e a saúde das finanças do Brasil, indicando sua capacidade em honrar com seus compromissos financeiros ao longo do tempo. Quanto maior é essa classificação, mais confiável o país é para obter crédito no setor financeiro internacional.
Por fim, investidores também ficam de olho no cenário político. Mais tarde, deve acontecer a promulgação da PEC da reforma tributária.
No exterior, dados de inflação abaixo do esperado na Europa levam a uma queda nos rendimentos dos títulos públicos do continente. Na Alemanha, a inflação ao produtor caiu 0,5% em novembro, contra expectativas de queda de 0,3%. Já no Reino Unido, a inflação ao consumidor recuou 0,2% no mesmo mês, enquanto a projeção era de alta de 0,1%.
A esse cenário soma-se o otimismo dos investidores com o rumo dos juros nos Estados Unidos. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve suas taxas inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Depois, o presidente da instituição Jerome Powell, falou em entrevista que esse pode ser o fim do ciclo de altas nos juros, mas não descartou novas elevações, se necessárias para conter a inflação.
Isso foi o suficiente para que o mercado se animasse, enxergando uma possibilidade de que o Fed comece a cortar seus juros já no primeiro semestre do próximo ano. Vale lembrar que juros mais baixos favorecem os ativos de risco, como mercados de ações e moedas de países emergentes.
Em contrapartida, nos últimos dias, outros membros do Fed falaram, diminuindo as esperanças de que o ciclo de cortes comece tão logo.
Loretta Mester, de Cleveland, acredita que os cortes de juros não vão acontecer no curto prazo, uma vez que a discussão central ainda é saber por quanto tempo os juros terão de ficar no patamar atual de 5,25% a 5,5%.
Austan Goolsbee, de Chicago, uma das vozes mais “dovish” do atual comitê do Fed, comemorou o progresso na inflação, mas disse ter ficado “confuso” com a reação do mercado à decisão de juros e à coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell na semana passada.