Dólar opera em baixa após inflação dentro do esperado nos EUA; Ibovespa sobe

No dia anterior, principal índice da bolsa de valores avançou 1,05%, aos 132.182 pontos. Já a moeda norte-americana recuou 0,49%, cotada a R$ 4,8872. Dólar impacta a inflação brasileira
Pixabay
O dólar opera em baixa nesta sexta-feira (22), ainda com investidores surfando no rali de fim de ano, repercutindo, principalmente, as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode começar a baixar os juros no começo do ano que vem.
Mais cedo, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou que o núcleo da inflação ao consumo (PCE) subiu 0,1% em novembro, dentro das expectativas do mercado, o que reforça o sentimento positivo.
No Brasil, o dia é de agenda econômica vazia, mas com os investidores de olho no andamento de algumas pautas importantes no Congresso, com destaque para o Orçamento de 2024.
Neste mesmo cenário, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Entenda o que faz o dólar subir ou descer
Dólar
Às 11h30, o dólar caía 0,47%, cotado a R$ 4,8641. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,49%, vendida a R$4,8872. Com o resultado, passou a acumular quedas de:
1% na semana;
0,57% no mês;
7,40% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,07%, aos 132.268 pontos.
Na véspera, o índice fechou com alta de 1,05%, aos 132.182 pontos, renovando seu maior patamar histórico e batendo, pela primeira vez, os 132 mil pontos. Com o resultado, passou a acumular ganhos de:
1,52% na semana;
3,81% no mês;
20,46% no ano.

=
LEIA TAMBÉM
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
O que está mexendo com os mercados?
A última divulgação importante antes do recesso de Natal agradou investidores em nível global. O núcleo da inflação de consumo (PCE) dos Estados Unidos, indicador mais observado pelo Fed para suas tomadas de decisões sobre as taxas de juros, vieram em linha com o que era projetado pelo mercado, com uma alta de 0,1% no mês de novembro e de 3,2% na comparação anual.
Já o índice cheio, que engloba também os preços de alimentos e energias, que são mais voláteis, caiu 0,1% no mês e acumula alta de 2,6% na comparação anual.
O resultado foi uma “surpresa benigna” que mostra que “os preços seguem uma trajetória de desaceleração”, segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.
Por ser o dado de inflação preferido do Fed, esse resultado positivo aumenta as expectativas de que a instituição deve começar um ciclo de corte em suas taxas de juros em breve.
Atualmente, as taxas da maior economia do mundo estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, depois do Fed mantê-las inalteradas em sua última reunião.
O presidente do BC americano, Jerome Powell, disse que é provável que eles tenham chegado ao fim do ciclo de altas nos juros, mas não descartou novos aumentos caso a inflação volte a apresentar uma trajetória de alta acelerada.
“Tal perspectiva substancia e suporta a visão de cortes de juros em 2024. Em qual magnitude e quando se darão esses cortes, ainda são questões incertas e as quais o mercado deve continuar especulando a respeito. Mas o dado de hoje acaba por sedimentar tal percepção a qual tem sido benéfica para os mercados, tanto de renda fixa quanto renda variável”, comenta Castro Alves.
Juros mais baixos nos Estados Unidos são benéficos para os ativos de risco no mundo todo, inclusive a moeda e a bolsa de valores brasileiras. Isso porque os títulos públicos americanos são considerados os mais seguros do mundo e, quando as taxas sobem por lá, o rendimento deles também sobe, levando a uma migração do capital estrangeiro, que sai dos mercados de risco.
No Brasil, o mercado segue de olho no andamento de pautas políticas no Congresso, com destaque para o Orçamento de 2024, que foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na véspera.